Portugal, o melhor peixe do mundo

A história e a localização de Portugal, liga-nos ao mar e às artes da pesca. A importância da pesca como actividade económica ao longo dos tempos é inquestionável, manifestando-se por exemplo na cunhagem de moedas com motivos alusivos à pesca. A nossa longa tradição de apreciadores de pescado leva a que os actuais consumos per capita rondem os 60 kg e sejam os mais elevados da União Europeia, perspectivando-se um aumento da procura face à crescente informação sobre os benefícios dos produtos da pesca e aquacultura para a saúde e para o bem estar em geral. Também a tradição de gerações, que combinam na culinária o uso dos mais variados condimentos, têm contribuido para grande variedade de sabores que potenciam o prazer gastronómico do consumo de variadas espécies de pescado.

Há muitas razões para consumir pescado, é um alimento de fácil digestibilidade, o que o torna adequado a todos os escalões etários, tendo baixos níveis de colesterol. As proteínas têm todos os aminoácidos essenciais, sendo de realçar os níveis de lisina (necesaria ao crescimento infantil), é rico em vitamina A (essencial à visão, saúde da pele e tecidos), vitamina D (fundamental na absorção do cálcio e do fósforo) e vitamina E (efeito antioxidante). Distinguem-se ainda de outros alimentos pela exclusividadede de uma gordura muito saudável devido à presença de ácidos gordos polinsaturados do tipo ómega 3 de cadeia longa, de que se destaca o ácido eicosapentaenóico (EPA) e o docosahexaenóico (DHA) que, para além da sua importância nutricional, são também muito benéficos na prevenção da doença cardiovascular, doenças neurodegenerativas, artrite reumatóide, controlo da hipertensão e tratamento de algumas formas de cancro, entre outros. Alguns autores sustentam mesmo que o desenvolvimento do cérebro humano e a diferenciação de outros primatas só foi possível graças ao consumo de pescado.

Saudável e saboroso o pescado tem vindo a conquistar um lugar de topo numa escala de elevada reputação gastronómica.

 

Eng.ª Narcisa Bandarra

Instituto Português do Mar e da Atmosfera