Já há vencedor do concurso “Bom Garfo, Bom Coração”

Enquadrado nas comemorações do Dia Mundial da Alimentação, o concurso “Bom Garfo, Bom Coração”, que decorreu entre os dias 8 e 12 de Outubro, destinou-se, fundamentalmente, à sensibilização dos cidadãos para a importância de uma alimentação saudável e equilibrada em prol da saúde cardiovascular. 

Várias foram as pessoas que participaram, enviando-nos a sua sugestão daquilo que consideram ser um dia de alimentação saudável e equilibrada para a saúde do coração, tendo como referência a Dieta Mediterrânica e respeitando alguns critérios. 

O júri, constituído pela Assessora de Nutrição da Fundação Portuguesa de Cardiologia, Dr.ª Elsa Feliciano, pela Médica Cardiologista e membro do Conselho de Administração, Dr.ª Teresa Gomes Mota, e pelo Chef de Cozinha, Hernâni Ermida, deliberou e a resposta vencedora pertence a Maria Beatriz Gomes dos Santos

A Fundação Portuguesa de Cardiologia muito agradece a todos aqueles que participaram, bem como ao Grupo AUCHAN que gentilmente ofereceu o prémio que será entregue à vencedora. 

 

Aqui fica a resposta:

“Um dia de alimentação equilibrada para a saúde do coração de um indivíduo adulto e ativo, a rondar os 50 anos de idade, deverá ter as seguintes características:

– deverá realizar 5 a 6 refeições, com intervalos a rondar as 3 horas;

– o pequeno almoço deverá ser constituído por um laticínio (por exemplo, um copo de leite (250 ml), um iogurte líquido ou 1 e 1/2 iogurte sólido),  um pão de farinhas não refinadas (50gramas) e uma peça de fruta (a gosto). Eu sugiro a seguinte refeição: um copo de leite, aromatizado com cevada, e uma banana dentro do pão, que considero delicioso.

Um lanche ao meio da manhã, que deverá ser mais leve que o pequeno-almoço, com alimentos de fácil digestão e variados, como, por exemplo, uma peça de fruta (diferente da consumida na refeição anterior – uma maça). Sujeitos a atividades físicas mais intensas, alguns adultos poderiam adicionar mais alimentos. Nesta situação, poderiam acrescentar uma fatia de pão (50 gramas) com queijo (20 gramas) e/ou outros alimentos (por exemplo, um sumo natural).

O almoço deve iniciar-se com um ligeiro prato de sopa, de legumes da época. Deve ter arroz (6 colheres – cozinhadas), massa (1/3 do prato) ou uma e ½ batatas, carne ou peixe (uma porção com cerca de 70/80 gramas), verduras cruas (cerca de 180 gramas) ou cozidas (cerca de 130 gramas) e/ou em sopa, pão (para alguns) e uma peça de fruta para sobremesa (cerca de 150 gramas). Eu sugiro o seguinte: sopa, uma porção de frango ligeiramente refogado e cozido em tomate, cebola, pimento e temperado a gosto (com orégãos e pouco sal), arroz e a maior parte do prato com uma salada crua, rica em cores, isto é, diversificada nos legumes. Nesta faixa etária, um copo de vinho tinto não desvirtuaria a refeição, pelo contrário, tudo aponta para que beneficie o coração. À sobremesa, consumiria uvas, que são da época.

O lanche da tarde é uma boa altura para variar de alimentos que ainda não tenham sido consumidos até esta altura do dia. Nesta altura do ano, aqui no norte do país, eu deliciar-me-ia com um delicioso dióspiro e uma fatia de broa (70 gramas). Sugiro que provem!

O Jantar deve ser de composição idêntica ao almoço no que respeita a quantidades. Deve ser de digestão fácil, caso contrário pode afetar a qualidade do sono. Uma pequena porção de peixe cozido (ou grelhado, mas sem partes carbonizadas), com cerca de 70/80 gramas, com uma batata média e acompanhada por cerca de uma chávena almoçadeira de legumes cozidos (diferentes daqueles consumidos no almoço – brócolos e couve-flor) fariam as delícias das minhas papilas gustativas. Para beber, um copo de vinho. Para sobremesa, combinaria, nesta altura do ano, uma pêra rocha.

Por fim, a ceia, que é dispensável para quem se deita 1/2 horas após o jantar. Pode ser um constituído por um produto lácteo (um iogurte sólido, por exemplo) e uma fatia de pão (50 gramas) para os mais esfomeados.

A tudo isto não esquecer de ir bebendo ao longo do dia cerca de 1,5L de água.”