Em 2014, mexa-se mais!

As pessoas e os animais passam mal quando não vivem de acordo com a sua Natureza  e para aquilo para que foram criados. Isto a todos os níveis… O mesmo sucede com todas as outras coisas que não funcionam apropriadamente quando não se adaptam àquilo para que foram destinadas. Esta lei universal traduz a necessidade de movimento regular pelo ser humano, que como qualquer animal superior, tem rotinas e necessidades diárias que deve satisfazer para viver de acordo com a sua natureza: beber, comer, dormir, urinar, etc… e mexer-se!!!

 

Da ausência deste comportamento habitual (diário) surgem inúmeras consequências negativas para a saúde em geral, e não apenas cardiovasculares.  Há que distinguir o que é o mínimo que todos devem observar e aquilo que é facultativo, a partir desses valores. Considera-se obrigatório, ou seja indispensável, uma associação dos dois grupos de actividade física abaixo referidos:

 

1. Por um lado, aproveitarmos cada pretexto para TODOS os dias nos mexermos naqueles pequenos movimentos e deslocações próprias do dia-a-dia, como sejam: estar em pé, deslocarmo-nos a pé sempre que possível  para todo o lado (de bicicleta para alguns será uma hipótese), subir as escadas (rolantes também…), fazer lida da casa, passatempos activos com as nossas crianças e jovens, etc. A tudo isto chama-se a actividade física do estilo de vida ou informal.

2. Só que a maioria destas actividades, embora fáceis de integrar no nosso dia a dia, assim haja vontade…, são de intensidade (muito) ligeira. Ora, está provado que há grandes benefícios que alguns momentos da nossa actividade física decorram com uma intensidade de esforço um pouco maior, esforço este que não necessita ser intenso mas tão só moderado. A estas actividades mais intensas, feitas propositadamente chama-se exercício físico, de que são exemplos: caminhar rápida e vigorosamente (não é andar devagar, pois isso pertence à actividade física do estilo de vida e não ao exercício), dançar danças rápidas, ir a ginásios, fazer desportos, etc. O mínimo, a somar ao estilo de vida indicado em a) é de 2:30h por semana, ou seja algo como 30 min em cinco dos sete dias da semana.  Isto é o mínimo dos mínimos, mas estão provados benefícios até ao dobro destes valores, ou seja até cinco horas semanais divididas no maior número possível de dias.

 

Moderado significa aquele ponto intermédio entre o leve que não cansa nada e o muito intenso que cansa. Moderado é aquela intensidade de esforço que, embora maior que a do dia a dia, nós sentimos que conseguimos que conseguimos manter prolongada e continuadamente: é o caso de andar depressa, ou andar de bicicleta sem ser a “pastelar”. Moderado é ter de respirar um pouco mais sem precisar de ficar ofegante, é sentir o coração um nadinha mais rápido sem ser “aos pulos”. Exercício não é ligeiro, antes pressupõe este conceito de moderado.

 

Olhe que não é impossível. E não sonha como se irá sentir bem. Aliás não deve fazer nada em que não se sinta bem e não lhe dê prazer. Mas primeiro experimente antes de dizer que não gosta ou que não consegue. Nesse caso está a ser mentiroso consigo próprio, algo cada vez mais vulgar…

 

E lembre-se que a maioria das pessoas que dizem não ter tempo, é uma desculpa: há sempre tempo  para o que nos apetece: para as novelas, ver futebol ou TV, conversar, etc.

 

Mexa-se pela sua Saúde, título que dei a um dos meus livros, são os meus votos para si neste ano de 2014. E goze enquanto se mexe…

 

Prof. Doutor José Themudo Barata

Especialista em Medicina Interna e Medicina Desportiva
Doutorado em Actividade Física na Obesidade