Dieta Mediterrânica – uma oportunidade

Faz um ano que a Dieta Mediterrânica (DM) foi inscrita na lista do Património Cultural Imaterial (PCI) da Humanidade da UNESCO.

Portugal é um Pais mediterrânico pelo clima, produções e pela sua cultura. “Dieta” tem origem no termo grego “daíata”, que significa estilo de vida, um modelo cultural milenar transmitido de geração em geração.

Os cereais, o azeite e o vinho marcam as paisagens culturais mediterrânicas e integram os rituais das três religiões monoteístas nascidas nesta região. As cidades de cultura mediterrânica manifestam uma vida social intensa nas praças e zonas portuárias, mercados e bairros.

A DM não é apenas um regime alimentar, é uma forma de ver, pensar e agir que influenciou o planeta. São culturas de partilha, de entreajuda e proximidade que caracterizam o modo de viver.

Como sistema nutricional, considerado de excelência pela OMS, foi descoberto pelo norte-americano Ancel Keys (1903 – 2003), que verificou a existência de menor incidência de doenças cardiovasculares e coronárias na região mediterrânica.

O consumo de produtos frescos, o uso do azeite como gordura alimentar, a utilização de ervas aromáticas e frutos secos, o vinho consumido com moderação, a esporádica utilização da carne são alguns dos factores explicativos dos bons níveis de saúde. Mas destes não podem ser secundarizadas formas de convívio coletivo, escasso stress, sociabilidades e convivialidades.

Com esta inscrição Portugal assume particulares responsabilidades na defesa das culturas locais, a obrigação de participar no Plano de Salvaguarda com os outros Estados e comunidades representativas.

A inscrição cria boas oportunidades para um maior dinamismo na divulgação dos produtos tradicionais, espécies autóctones e paisagens culturais, para a promoção de estilos de vida saudável e turismo cultural.

 

Eng.º Vítor Barros 

Coordenador da Comissão Nacional da Candidatura da Dieta Mediterrânica