As doenças cardiovasculares são a principal causa de incapacidade e mortalidade em Portugal e no Mundo. Esta situação é facilmente explicada em Portugal, se tivermos em conta que cerca de 70% da população adulta tem colesterol elevado, 20% é fumadora, mais de >30% é obesa, >30% é hipertensa, a maioria é sedentária e o número de diabéticos tem vindo a aumentar consideravelmente.
Esta prevalência elevada de factores de risco leva à aterosclerose, que afecta todo o sistema cardiocirculatório, sendo causa de AVC (acidentes vasculares cerebrais) e de doença das artérias coronárias (principalmente o enfarte do miocárdio).
Um enfarte do miocárdio (ataque cardíaco) manifesta-se muitas vezes por uma forte dor no peito, mas, por vezes a dor no peito pode ser leve. Nos idosos e diabéticos, mais da metade destes doentes que sofrem um ataque cardíaco não sente dor no peito, mas sim outros sintomas, como cansaço extremo, dificuldade respiratória, suor frio, náusea ou vómito, tontura.
Cerca de 20 a 30 % dos doentes que sofrem um ataque cardíaco têm nos seus antecedentes dor tipo angina, dor no peito que ocorre geralmente após esforços e alivia com o repouso ou o uso de nitratos sub-lingual.
A angina (geralmente) já é um sinal de doença das artérias coronárias, que são as artérias que irrigam (alimentam) o músculo especializado que é o nosso coração. A doença destas artérias coronárias (“entupimento”) é a causa mais comum dos ataques cardíacos.
Reconhecer os sinais de um ataque cardíaco e chegar ao hospital imediatamente pode significar a diferença entre a sobrevivência e a morte.
Reforça-se a necessidade de alimentação saudável e actividade física (o simples andar faz maravilhas pelo coração).
Dr. Carlos Catarino (Cardiologista)
Administrador da Fundação Portuguesa de Cardiologia