Assistimos ao momento dramático ocorrido no campeonato europeu de futebol, aonde o futebolista Christian Eriksen teve uma paragem cardíaca, felizmente prontamente reanimado, ganhou o jogo da vida.
Apesar da morte súbita em atletas apresentar-se como um fenómeno raro, a sua abordagem revela-se de extrema importância, já que ocorre em indivíduos aparentemente saudáveis.
O Eriksen teve alta hospitalar, foi-lhe implantado um CDI (cardioversor desfibrilhador implantável).
O CDI é um dispositivo que deteta qualquer batimento cardíaco rápido e com risco de vida. Esse batimento cardíaco anormal é chamado de arritmia. O CDI permite corrigir muitas das mais perigosas arritmias cardíacas e é o tratamento de primeira linha e de terapêutica profilática em doentes com elevado risco de paragem cardíaca por fibrilhação ventricular ou taquicardia ventricular.Se presente, o CDI administra rapidamente um choque elétrico no coração, com a consequente retoma ao ritmo normal. Isso é chamado de desfibrilhação.
Sublinha-se a importância de uma avaliação rigorosa dos atletas antes da participação
em treinos e desportos de competição, de modo a identificar todos os atletas com
alterações cardíacas que podem conduzir a uma morte súbita aquando da prática de exercício físico intenso, nesta avaliação para além da observação clínica deve ser incluída, pelo menos, o electrocardiograma.
Dr. Carlos Catarino (cardiologista)
Administrador da Fundação Portuguesa de Cardiologia