A Fundação Portuguesa de Cardiologia, é uma das entidades que integra o European Heart Network (EHN). Esta instituição, que tem como missão o combate das doenças cardio e cerebrovasculares, tem um reconhecido trabalho como “influenciador” junto da Comissão Europeia, propondo a discussão e incentivando a criação de legislação ao nível da comunidade europeia, em temas relevantes na promoção da saúde cardiovascular.
Um dos assuntos que há alguns anos vem sendo ativamente abordado pelo EHN, é a introdução de um esquema simples de informação nutricional, no rótulo dos alimentos, como medida de promoção da saúde cardiovascular.
Em 2017 através do Relatório Transforming European food and drink policies for cardiovascular health, o EHN desafiou a Comunidade Europeia a adotar um sistema, obrigatório para os países membros, que incluísse no rótulo dos alimentos, informação nutricional simples e um esquema de semáforo, com as cores associadas a níveis elevados, médios ou reduzidos, de gordura, gordura saturada, sal e açucares adicionados.
Desde essa publicação, em 2017, muitos foram os desenvolvimentos sobre esta temática a nível Mundial e Europeu. Em linha com os novos níveis de evidência o EHN publicou em junho de 2020 o Relatório: ‘Front-of-pack (FOP) nutrition labelling – European Heart Network position’.
Neste documento são analisados vários estudos e trabalhos realizados, nos últimos anos, e realçados alguns aspetos relevantes, nomeadamente que:
– Os consumidores preferem claramente que a informação disponível no rótulo seja simples e facilitadora de escolhas mais saudáveis;
– Este tipo de informação disponível no rótulo encoraja a reformulação dos produtos, por parte da Indústria alimentar;
– A evidencia sugere claramente que a implementação obrigatória da Informação se torna mais efetiva do que se for voluntária.
Em suma, neste documento o EHN faz 4 recomendações importantes:
- A Comunidade Europeia deve adotar um esquema de informação nutricional no rótulo que seja simples, de fácil interpretação e de carácter obrigatório. Reforça a importância que poderá ter na diminuição da prevalência e mortalidade por DCV, bem como na redução das iniquidades entre os vários Países da Europa.
- Baseada na evidência e desenvolvimentos atuais, a Comunidade Europeia deve considerar a adoção do esquema Nutri-Score, condicionada pela revisão e adaptação de novos algoritmos que tenham por base as orientações nutricionais e alimentares promotoras da saúde cardiovascular e de uma dieta saudável, dentre os vários países da União Europeia.
- Deve ser constituído um comité científico de peritos independentes para rever e adaptar o algoritmo que suporta o esquema Nutri-score.
- Os vários países, membros da Comunidade Europeia ou que integrem a Região Europeia da OMS, que ainda não tenham adotado um esquema nutricional, devem optar pelo Nutri-Score ou por outro esquema, já implementado por outro país europeu, desde que os algoritmos de base integrem as orientações alimentares, e nutricionais, nacionais.
Se desejar saber mais sobre este assunto, p.f. consulte o documento aqui